Já há algum tempo que andava para deixar um post sobre a tão propalada crise - na verdade, penso que esta palavra será das mais utilizadas em Postugal desde os tempos da Fundação.
Teve de ser hoje.
Hoje, que o Correio da Manhã noticia, na sua capa, que no passado dia 23 de Dezembro os Portugueses levantaram 115 milhões de euros, o que representa o recorde nacional de levantamentos diários nas caixas multibanco nacionais.
Isto vem na linha dos espectáculos lotados, restaurantes cheios, i-pods e outros produtos supérfluos esgotados. Quando não há, mesmo, dinheiro as pessoas automaticamente cortam nestes gastos, dando prioridade aos bens de primeira necessidade.
O que acontece é que a diversidade de encargos fixos, pessoais ou familiares, com as prestações da casa e do carro, as mensalidades de TvCabo, Internet de Banda Larga, telemóveis, etc, é muito significativa, e volta não volta a malta sente a corda na garganta porque aparecem despesas imprevistas - como um simples arranjo do automóvel na oficina -. e o salário não estica.
4 comentários:
Talvez tenha havido uma inversão do conceito de bens de primeira necessidade, se calhar já não é o pão, o leite, os ovos, a carne, o peixe, mas antes as roupas, os telemóveis os carros e outros aparelhos de declarada inutilidade e quem contribui mais para esta inversão se não a própria classe média.
Por outro lado, acho que o que era anteriormente uma vergonha ser falado, o ter dificuldades económicas, hoje é um mote muito confortável para não se dar nada a ninguém mas encher-se a barriguinha, "dou-te uma lembrancinha, é que o orçamento tá muito apertado este mês" (quando nesse mês foi ao cinema 2 vezes, jantar fora umas 4 e teve que comprar aquela máquina fotográfica digital que tanto lhe fazia falta).
Enfim, de barriga vazia mas de aparência cheia!!!
Bom comment - pena o anonimato.
Ou seja, a crise é um mito?
Quanto a mim, a crise existe - os dados macroeconómicos estão aí para o confirmar -, mas entre nós é potenciada, sobretudo, por uma diversidade de encargos que até há pouco tempo apenas pessoas com real capacidade económica mantinham - dou exemplos no post. É o popularmente chamado "viver acima das possibilidades".
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